Blog Dra. Carina Antunes

Sorriso bonito cuida até mesmo, do CORAÇÃO!

By 26/12/2019novembro 10th, 2020No Comments
Sorriso bonito cuida até mesmo, do CORAÇÃO!

A boca é uma verdadeira concentração de bactérias que se fixam na superfície dos dentes e na própria mucosa, formando o biofilme. Sendo assim, os perigos que cercam aqueles que pouco se interessam pelos métodos de higienização da boca são inúmeros. Esses microrganismos, se acumulados, podem desencadear problemas em outras partes do corpo, como o coração a partir da bacteriemia. Considerando essa perspectiva, a falta de cuidados com a saúde bucal levam ao acúmulo de bactérias, bactérias essas, que podem cair na corrente sanguínea durante um procedimento cirúrgico ou a partir da ferida da gengivite ou periodontite, chegando ao coração e se instalar em uma válvula, gerando a endocardite infecciosa.

A endocardite infecciosa é uma doença cardíaca grave e algumas vezes fatal, apesar dos modernos tratamentos clínicos com antimicrobianos ou cirúrgicos.

Os principais fatores de risco da doença são as lesões do endocárdio, provocadas por doenças congênitas ou adquiridas, onde incide a deposição de plaquetas e de fibrina, colonização bacteriana e posterior disseminação da infecção por via sanguínea (bacteriemia). Essa bacteriemia pode advir da entrada de bactérias no sistema circulatório como consequência de cirurgia bucal ou procedimentos odontológicos que envolvam sangramento. Infecções das válvulas cardíacas ou do endocárdio, frequentemente relacionadas a um defeito cardíaco congênito ou adquirido, podem também causar a doença.

Classificada em aguda ou subaguda, que expressa a severidade da doença e seu tempo – de acordo com a virulência dos microrganismos envolvidos -, admite-se que 1 a 8 casos de endocardite infecciosa surgem devido à manipulação odontológica de pacientes cardiopatas, cujas cardiopatias favorecem a sua ocorrência, como é o caso da febre reumática. Assim, o atendimento odontológico do paciente com história prévia de febre reumática sem as devidas precauções pode representar risco para alguns deles devido à possibilidade de contrair endocardite infecciosa decorrente de bacteriemia durante o procedimento odontológico, pois a doença constitui a principal causa de dano cardíaco antes dos 50 anos de idade.

A bacteriemia é a presença de bactérias na corrente sanguínea. Pode ocorrer de forma espontânea, durante algumas infecções teciduais, em consequência do uso de cateteres geniturinários ou intravenosos, ou depois de procedimentos dentários, gastrintestinais, geniturinários, cuidados com feridas, ou outros procedimentos. A bacteriemia pode causar infecções metastáticas, incluindo endocardite, especialmente nos pacientes com anormalidades valvares cardíacas.

Encontrada na cavidade oral ela é transitória, assintomática, de curta duração e não tem significado clínico importante em indivíduos normais, pois o inoculo é pequeno e a virulência dos microrganismos envolvidos é baixa. Entretanto, se torna potencialmente perigosa nos pacientes com doença cardíaca reumática e portadores de próteses cardíacas.

De acordo com a literatura, o principal microrganismo encontrado na bacteriemia de origem bucal é o estreptococos viridans que prevalece na cavidade bucal, e é encontrado em 80% das endocardites bacterianas subagudas e em 50% de todos os casos de endocardites.

Assim, a prevenção da endocardite infecciosa é de grande importância, particularmente em indivíduos de alto risco como os doentes cardíacos reumáticos, portadores de próteses valvares, shunts ou condutos sistêmico-pulmonares, passado de endocardite e cardiopatia congênita cianótica complexa. Outras situações são de risco moderado como a maioria das cardiopatias congênitas acianóticas, disfunção valvar pela doença reumática, do colágeno, cardiomiopatia hipertrófica e prolapso valvar mitral com regurgitação; as demais são de baixo risco. É importante ressaltar a visita regular ao Cirurgião-Dentista, manter uma boa escovação, bem como usar fio dental e estar atento aos sintomas.

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